segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Cargueiro vai chocar contra um Petroleiro o largo de Portimão

Um cargueiro de grande tonelagem vai chocar contra um petroleiro ao largo de Portimão. Do acidente resulta um enorme derrame de petróleo que chegará de imediato à praia, poluindo toda a costa e levando ao arrojo de animais. A catástrofe está marcada para quinta-feira, 20 de Outubro. Desta vez é apenas um simulacro, mas em boa verdade, Portimão devido à sua posição geográfica não está livre de um dia ver acontecer um cenário real, em tudo semelhante ao que se vai simular.

Foi por ser uma cidade que limita com o mar e com um rio, estuário incluído, com diversos meios e infraestruturas marítimas, que Portimão foi escolhido para ser o ponto de partida do exercício, a coordenar pela Autoridade Marítima.

«Serão simulados dois incidentes. Um será em offshore, a cerca de três milhas de terra», e envolverá dois navios – um petroleiro e um cargueiro», adiantou ao «barlavento» Rui Santos Pereira, capitão de porto da Capitania de Portimão. Numa história fictícia, as duas embarcações de grandes dimensões chocam dando origem a um foco de poluição marítima com crude. No mesmo dia, haverá ainda um incidente na zona do porto, desta vez, envolvendo uma embarcação de pesca.

O ensaio terá contornos de desastre ambiental, pois «vai haver também poluição na praia com arrojo de animais», sendo usado um material específico para este tipo de manobras. Em iniciativas semelhantes já foram utilizadas pipocas enquanto agente contaminador, mas ainda não foi determinado qual o produto a usar em Portimão.

A ideia é «preparar [as entidades] para uma possível eventualidade. Estamos a falar numa região que seria gravemente afectada por um incidente deste tipo», justificou Rui Santos Pereira.

Por essa razão, serão chamados a participar, diversos organismos públicos e privados nacionais e espanhóis, mas também locais.

A Autoridade Marítima, que coordena toda a acção, a Protecção Civil, a administração portuária (Administração dos Portos de Sines e Algarve), o Zoomarine, a Universidade do Algarve ultimam pormenores para o simulacro.

A Marina de Portimão será outra das envolvidas, pois terá que ser interditada para evitar o risco de contaminação.

A Força Aérea Portuguesa (FAP) participa com um avião, a Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA) opera os dois navios de grande porte, e a Sociedad de Salvamento y Seguridad Marítima (SASEMAR), equivalente ao serviço de poluição marítima portuguesa, também estará presente.

O exercício foi marcado para Outubro, por ser já numa altura em que a zona turística é menos frequentada. «O simulacro é anual e todos os anos é feito um exercício desta envergadura, em sítios diferentes do país. Este ano, o Algarve foi o escolhido».

O simulacro será antecedido por um seminário, aberto ao público, com oradores portugueses e internacionais, numa forma de colocar a debater os problemas ambientais, a actuação das entidades e as consequências de um cenário, como este, se tornar real. Segundo o capitão de porto, a sessão pretende «preparar a experiência do dia seguinte». A iniciativa terá lugar na véspera, a 19 de Outubro, no Teatro Municipal de Portimão.

(IN JORNAL BARLAVENTO)

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