Região não está esgotada, mas hotéis tiveram crescimento na ocupação de 5%. Nas ruas já se vive "ambiente de férias", embora as portagens tenham voltado a empatar espanhóis.
No Algarve já cheira a férias. Milhares de turistas - sobretudo nacionais e espanhóis mas também ingleses e holandeses -já enchem as ruas. Um aumento na procura que deixa os operadores turísticos satisfeitos. Ontem a única contrariedade sentida foram as longas filas para pagar portagem de quem entrava em Portugal pela ponte do Guadiana. Um problema que "tem de ser resolvido rapidamente", alerta o presidente Entidade Regional de Turismo do Algarve, Desidério Silva.
Numa época em que cresce a procura pelo Algarve era dispensável o entrave que as portagens ainda são para os turistas estrangeiros, acrescenta Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Até porque, ontem já bastava "andar na rua para se sentir que já é férias". "Já há uma ocupação bastante interessante e já há muita gente na rua", aponta Desidério Silva.
"O Algarve não está esgotado, mas temos uma ocupação acima da do ano passado, na ordem dos 5%", aponta Elidérico Viegas. Como a Páscoa é também o início da época turística e se registou "um aumento da procura interna e da externa", Desidério Silva está confiante "em grandes indicadores" para 2016.
O aumento de turistas no Algarve resulta também da maior instabilidade noutros destinos (norte de África, Turquia, Cabo Verde ou Brasil), quer devido a atentados terroristas, quer por causa do vírus Zika. Tradicionalmente estas férias são aproveitadas mais pelos portugueses para rumar a sul e apanhar os primeiros raios de sol - embora os próximos dias sejam nublados e com chuva (ver caixa).
O aumento do movimento nas estradas leva naturalmente ao aumento da vigilância por parte das autoridades. A GNR já lançou a Operação Páscoa 2016 que começou ontem e se estende até domingo. Os elementos da guarda presentes nas estradas vão sobretudo estar atentos ao excesso de velocidade, condução sob efeito de álcool e substâncias psicotrópicas e à incorrecta ou não utilização de cintos de segurança e cadeiras para transporte de crianças.
Espanhóis esperam em fila
A circular nas estradas portugueses vão estar também milhares de carros espanhóis, especialmente no Algarve. Ontem logo de manhã, as filas junto às portagens da A22 não davam descanso a um grupo de funcionários da Estradas de Portugal, auxiliados por elementos da Via Livre, e da GNR.
Os automobilistas, que vêm essencialmente do sul de Espanha, ao passarem a Ponte Internacional do Guadiana, deparam-se com duas opções: ou seguem em frente, ignorando os primeiros pórticos, ou encostam à direita para retirarem o título que permite uma identificação da matrícula da viatura enquanto circularem na Via do Infante. Mais tarde, essa informação vai permitir efectuar o pagamento do valor gasto em portagem.
Mas nem todos entendem o procedimento. José Pepe, que tinha como destino Albufeira, desabafava em voz alta: "Estou surpreendido com tanta gente aqui. Encaminharam-me para esta fila, porque quero pagar com dinheiro e agora não tenho outro remédio senão esperar pela minha vez", e acrescentava " o que se ouve falar em Espanha é que as portagens, em Portugal, são muito complicadas!". "Viemos para aqui por ser uma zona de praias e não sabíamos de tamanha confusão", lamentava.
Enquanto alguns grupos de jovens, em férias, antecipavam a festa dos próximos dias dentro dos carros, ignorando o transtorno das filas, outros começavam as férias com mau humor : "Nunca pensámos encontrar aqui tantos carros. Ainda chegámos a acreditar que se tratava de algum acidente. As fronteiras na União Europeia são abertas e isto é só para Portugal ganhar mais dinheiro". É para evitar a fuga dos turistas que Desidério Silva lembra ao governo que tem de resolver a situação.
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