Não apresenta garantias suficientes de credibilidade, clareza, seriedade ou firmeza". Esta foi principal razão invocada pela Câmara de Portimão para chumbar o projecto turístico de uma sociedade ligada ao empresário Aprígio Santos, antigo presidente da Naval 1º de Maio, para a Quinta da Rocha, junto à ria de Alvor.
O projecto, que contemplava a construção de dois hotéis e dois aldeamentos turísticos, foi apresentado no âmbito do concurso público para a concretização de um núcleo de desenvolvimento turístico, lançado pelo anterior executivo da câmara. O investimento previsto atingia os 34,4 milhões de euros e prometia a criação de cerca de 100 postos de trabalho.
Na última reunião de câmara, toda a vereação decidiu rejeitar o projecto, seguindo a indicação do júri do concurso. Entre outros aspecto, foi tido em linha de conta uma sentença judicial que, no ano passado, condenou a sociedade concorrente pela prática de um crime de dano contra a natureza, bem como uma outra sentença, de 2012, em que Aprígio Santos foi condenado, por idêntico crime, a uma pena de 16 meses de prisão.
Para o júri, "pese embora não tenha sido possível saber se a primeira das sentenças referidas transitou em julgado, considera-se que, tendo em conta a natureza do crime - dano contra a natureza -, esta condenação, ‘per si’, afecta e põe em causa a honorabilidade profissional do concorrente, bem como a sua credibilidade e honorabilidade no presente processo".
Na ata da reunião do júri é referido que na área para onde está prevista a concretização do empreendimento turístico "impedem especiais cuidados de protecção da natureza, dada a sua localização e classificação", pois a ria de Alvor está classificada como Sítio de Importância Comunitária, integrando a Rede Natura 2000.
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